Capsulite adesiva ou Ombro Congelado
A capsulite adesiva, ou ombro congelado, foi descrita pela primeira vez em 1872, é uma doença que causa que causa dor e rigidez do ombro. Sua frequência é estimada de 3 a 5% da população geral. A causa permanece desconhecida o que chamamos de idiopática, porém diversas teorias vem sendo propostas com relação a etiologia, fatores multifatoriais podem desencadear ou predispor o inicio da capsule adesiva.
A provável causa anatômica seria em decorrência de alterações na cápsula articular uma vez que foi demonstrado espessamento, retração e sinais de processo inflamatório.
Pode ocorrer em pacientes que permanecem com o ombro imobilizado por período prolongado, naqueles com alterações do sistema nervoso autônomo, doenças endócrinas (intolerância a glicose, hiper ou hipotireoidismo), cirurgias próximas ao ombro (cardíaca, mama), radiculopatia cervical ou lesões do ombro (lesão do manguito, tendinite calcária) são fatores relacionados.
A capsulite é considerada uma doença benigna e que seus sintomas desaparecem espontaneamente. Com uma duração média de 1 a 2 anos nos casos idiomáticos e de maior duração em casos secundários principalmente nos diabéticos que utilizam a insulina.
A doença apresenta 3 fases: congelamento, estado congelado e descongelamento.
É importante lembrar que a capsulite adesiva não é a única causa de limitação dos movimentos dos ombros. Diversas outras doenças podem gerar rigidez do ombro.
A primeira fase da capsulite, que é a fase inflamatória. A dor pode ser leve no início, mas em poucos dias ou semanas progride para uma dor muito forte e extremamente limitante. Diferentemente das tendinites, bursites e da síndrome do impacto, qualquer movimento pode gerar a dor e não apenas os movimentos com os braços para cima. Nessa fase o movimento do ombro, apesar de doloroso, pode ainda estar normal. Essa fase dolorosa pode durar até 9 meses. Em seguida, inicia-se a fase de rigidez ou congelamento, em que há uma perda progressiva dos movimentos do ombro. Ainda pode haver dor nessa fase, mas de menor intensidade. O indivíduo sente o ombro mais curto, não alcança locais altos que alcançava previamente e não perda os movimentos de rotação, não conseguindo colocar a mão nas costas, buscar o sinto de segurança ou prender o sutiã. Essa fase de rigidez pode durar até 12 a 18 meses. Por último, vem a fase de descongelamento, com uma duração muito variável, em que o movimento do ombro melhora progressivamente, com a resolução da doença. Na maioria dos casos, pode ocorrer uma perda final de 15-20% dos movimentos.
Tratamento da capsulite adesiva
As modalidades de tratamento são divididas em cirurgias e não cirúrgicas.
A fisioterapia é a primeira opção junto ao tratamento da dor por medicamentos por um mínimo de 3 meses antes de pensar no tratamento cirúrgico, sendo o ideal, a intervenção, após 6 meses de tratamento. Deve se evitar procedimentos por artroscopia ou aberto na fase inflamatória da doença.
Apesar da maior parte dos pacientes irão melhorar mesmo sem qualquer tipo de tratamento. Esperar não é uma boa opção, uma vez que a implementação de outros tipos de tratamento possibilita melhora da dor e ganho no arco de movimento mais rápido.
Sabemos que o tratamento fisioterápico associado a exercícios domiciliares orientados influencia diretamente no ganho da amplitude de movimento, sendo melhor até que sessões diárias com o fisioterapeuta. Por isso, deve-se movimentar e dedica-se aos exercícios ensinados pelo fisioterapeuta em casa e/ou no trabalho.
Alongamentos para a capsulite adesiva
Existem várias formas de conduzir o tratamento conservador (não cirúrgico) da capsule adesiva:
O bloqueio do nervo supra-escapular, a injeção intra-articular de corticosteroides associada à fisioterapia podem promover o controle da dor e melhora da amplitude articular.
Bloqueio do nervo supraescapular
A cirurgia quando indicada podem-se realizar a distensão hidráulica, a manipulação sob anestesia e a liberação capsular por via artroscopia ou aberta, ambos, com bons resultados.
